sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Castigo

O teu nome é uma palavra que eu não escrevo, o teu olhar é de um mundo que eu não conheço… A tua boca tem sabor nostálgico, tira o sono e dá lugar a um poema que não quero decorar. Tu não és deste planeta, és bom demais e deliciosamente impossível de possuir, tu és amor que nunca terá o meu nome. Eu sei que queres fugir das mil maneiras diferentes que aprendi a olhar para ti, ora perturba, ora acarinha, ora odeia, ora ama. ... e tu, ora foge, ora sorri, ora desaparece, ora aparece sempre. Ora fecho os olhos e vejo-te por dentro, ou abro e vejo por fora e por dentro. Simultaneamente. Tu avarias e desconcertas o meu rumo inteiro, uma pessoa pensa que está curada, mas afinal estava só enganada. A dor é uma coisa que engana, a saudade é uma coisa louca da qual já não sei escrever. Porque tive tantas saudades que senti saudades de não as ter. É complicado, e amar dá trabalho. E tu foste, ao longo dos tempos, a única voz que eu ainda não consegui calar, a única dor que não enterrei e o único amor que amei sem nunca esquecer. Eu queria trazer-te comigo, não sei muito bem para onde, sabia antes de surgires da terra, mas agora já não quero ir a lado nenhum senão ao teu lado. Tu gozas-me, se calhar achas-me criança porque verdade seja dita, sempre me portei como uma criança. Mas quem diria que criança merece tantos anos de castigo…!

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