quinta-feira, 27 de março de 2014

Vai-te foder! Acorda mais um dia, vive mais uma mentira, mas a sério…fode-te.

Love letter

Thank you music ... thanks for giving me strength to face every day with a smile. For being there when nobody else was, thank you for helping me celebrate all rewarding moments I have lived, by company, by bring me inspiration. It may seem ridiculous to say all that, perhaps exaggerated to some, but always survived by thee, thou art my religion, my greatest love. I have a soundtrack for each stage of my life, I have a story to tell about every album that occupies my playlist. The podium dwell in my heart, and even without much certainty about the future, I know that thou shalt always part of it. Sometimes sweet, sometimes violent, sometimes melancholy. I can not think another way of life other than devoting myself to you, body and soul, my love is eternal, infinite, will last after me. Because every time I turn off my reality with my phones ... Ouch! The world is such a better place!

terça-feira, 25 de março de 2014

Estava sentado de caderno ao colo, de headphones nos ouvidos e nem levantou a cabeça dos seus desenhos. Na caótica estação de Oxford, eu tenho a certeza que ele era completamente alheio à multidão desenfreada, sempre rumo ao nada. Tinha ao lado uma guitarra, os braços cheios de tatuagens e eu achei que era o gajo da minha vida. Depois o comboio arrancou e eu perdi-o para sempre. E isto deve-me acontecer todos os dias.
Eu costumava sonhar com as cabines vermelhas e os autocarros de dois andares, sonhava com o big ben e com uma viagem só de ida. Um dia o meu relógio parou e apostei tudo no meu sonho. Magoada com meio mundo e revoltada com o resto, eu hoje só tenho a agradecer a todos aqueles que me viraram a cara porque sem dúvida me empurraram para a melhor aventura da minha vida.
 Eu sofria tanto pelas pessoas… eu levei tantas desilusões. Eu amei tanto em vão e em silêncio. Sentia-me tão ridícula a maior parte do tempo. As minhas verdades nunca tinham cabimento, a minha vida era uma espera contínua pelo fim de semana pois eu no fundo, só me queria sentir viva e rodeada de amigos.
Quando volto à minha cidadezinha, ouço estas mentes pequeninas, ‘’paga aí a conta, afinal tu é que és a emigrante’’. Estas pessoas não fazem a mínima ideia da minha luta diária, não sabem que venci mas venci a muito custo. Todos querem sair, querem apostar tudo  mas eu sei que lhes falta coragem. Eu achava que sabia o que é ser-se só, eu achava que o sentimento de abandono me era familiar, mas eu não tinha a mínima ideia. Viver no estrangeiro, não significa rios de dinheiro, não significa festas todos os fins de semana. Ao dia de hoje, não tenho amigos ou família. Tenho-me a mim e basta. Acabaram-se as choradeiras por quem não merece, acabaram-se as queixas. Eu saio à rua e sei que não vou encontrar ninguém conhecido, estou segura, estou longe. Viver no estrangeiro significa engolir muitos sapos, trabalhar a troco de nada, acordar às quatro da manhã e rotinas que, sinceramente, dão cabo de mim. Estas pessoas não sabem dos ‘’nãos’’ que eu ouvi até chegar ao sim. Não sabem quantas portas me foram fechadas e de quantas vezes olhei para o céu com desespero à espera de uma resposta.

 Por isso NÃO, não pago conta nenhuma, não conto história nenhuma porque também não vim para vos entreter, entendam que já não tenho espaço na minha vida para fantochadas ou para joguinhos do faz-de-conta. Entendam que ao dia de hoje, mulher ou criança, sou independente, e já não corro atrás de ninguém. Depois de algum tempo, deixei de me preocupar com ''quem me vai deixar pois a questão agora é mesmo quem me vai parar.''