segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Rápido, eu não tenho pressa mas também não quero perder tempo… Enquanto ele não vem, vou vivendo assim neste meio termo, continuo a consumir e a disfarçar-me de felicidade, Vou aguentando, cada vez mais no fundo do poço, um dia o meu amor chega e atira-me uma corda, eu nunca me sentiria perdida se ele segurasse minha mão, um dia ele chega e vai-me cantar a canção segredo com palavras que eu nunca ouvi. Sim porque ele ama a música e sente as palavras como eu sinto. Vem sujo pois também se deparou com muito lixo ate me encontrar a mim, traz os olhos chorosos e as mãos com calos; morte deixa-me tranquila só mais esta noite para eu poder sonhar com o meu amor, é que eu tenho medo de dormir, de o mundo acabar e o meu amor não chegar; vem rápido, vamos viver juntos a nossa história a contra-relogio, porque eu já a escrevi mas ainda não a vivi. Morte deixa-me dormir hoje, porque eu sei que amanhã o meu amor vai chegar, e vai-me atirar uma corda. Rápido, rápido, estou-me quase a afogar. Tem passos largos e cansados, de quem correu o mundo à minha procura, mas eu estou aqui! E nós encaixamos… coleciona tatuagens como quem estima cicatrizes de uma dor que já foi curada, mas doeu enquanto durou… todo esse caminho foi duro mas ele nunca precisou de se vender à sociedade, tem coração selvagem e personalidade forte, não é falso nem hipócrita e é por isso que é o meu amor. Daí, nem me importo que traga as roupas rasgadas, e a alma a pesar toneladas, o mundo vai acabar e tudo o que nos resta é esta corrida na qual reuni-os a coragem necessária para fazer o que nos levou uma vida a planear. Todas as portas se fecharam, os semáforos estão apagados, cinzas de um mundo que não tem muito mais para dar… mas o meu amor ainda vai chegar. Anda, chega agora, atira-me a corda, antes que o mundo acabe, só para vivermos uma historia feita a contra-relógio, que eu já escrevi.

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